07 agosto 2006

O Coelho e o Cachorro



Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos.
Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação.
O homem comprou um filhote de pastor alemão.
Conversa entre os dois vizinhos:
- Ele vai comer o meu coelho!
- De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, "pegar"
amizade...
E, parece que o dono do cão tinha razão.
Juntos cresceram e se tornaram amigos.
Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.
As crianças, felizes com os dois animais.

Eis que o dono do coelho foi viajar com a família e o coelho ficou sozinho.
No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche
quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes,
imundo, sujo de terra, morto.
Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo, o cão levou uma surra! Dizia o
homem:
- O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso!
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar.
E agora?!
Todos se olhavam.
O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.
- Já pensaram como vão ficar as crianças?
Não se sabe exatamente quem teve a idéia, mas parecia infalível:
- Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o
secador
e o colocamos na sua casinha.
E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia
vivo, diziam as crianças.

Logo depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças
- Descobriram!
Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta,
assustado.
Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi? Que cara e essa?
- O coelho, o coelho...
- O que tem o coelho?
- Morreu!
- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
- Morreu na sexta-feira!
- Na sexta?
- Foi. Antes de viajarmos as crianças o enterraram no fundo do quintal e
agora reapareceu!

A história termina aqui.
O que aconteceu depois não importa. Mas o grande personagem desta história
é
o cachorro.
Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de
infância.
Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado.

O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e
vai mostrar para seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo.
E o ser humano continua o mesmo, sempre julgando os outros...

Outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência
de julgar os fatos sem antes verificar o que de fato aconteceu.

Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos
da verdade?


(Não sei quem é o autor!)


Inês de Castro ( a que, hás vezes, também é injusta)

Este vale a pena reflectirmos bem antes de comentar....