05 setembro 2006

MAIS OLHOS QUE BARRIGA


O tempo, esse bandido clandestino
Salteador de estradas e memórias
Mistura numa névoa libertina
O passado e o futuro das histórias.

O tempo de dizer a vida é breve
O tempo de dizer há quem o diga
Só espera pelo diabo que o leve
O tempo tem mais olhos que barriga.

Ensinou os dedos de rameira
Remexendo em tudo muito embora
Seja sem prazer que tudo queira
Trinque e deixe a meio e deite fora.

O tempo que se esconde de emboscada
O tempo que te foge a sete pés
O tempo que no fim não vale nada.

BY Susana Félix

Inês de Castro ( a que canta que "O TEMPO QUE NÃO TEMOS!")