08 agosto 2006

Férias


Vou de férias...
Finalmente!

Fico a aguardar a surpresa dos comentários recebidos...eu, nesta altura também vou tendo tempo para lêr o que não consegui lêr ao longo do ano.

Levo comigo o print dos textos que mais me chamaram a atenção e que, agora, vou poder ler com mais cuidado.

Sempre que tiver oportunidade, deixarei um "Alô".

Beijos a quem fica e que se dá ao trabalho de lêr e me ensinar alguma coisa com os seus comentários.

Beijos aos que foram e que estão a retemperar energias.

Beijos aos que vão voltando e que se deram ao trabalho de ler isto até ao fim....

Inês de Castro (a que foi e espera voltar)

07 agosto 2006

O Coelho e o Cachorro



Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos.
Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação.
O homem comprou um filhote de pastor alemão.
Conversa entre os dois vizinhos:
- Ele vai comer o meu coelho!
- De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, "pegar"
amizade...
E, parece que o dono do cão tinha razão.
Juntos cresceram e se tornaram amigos.
Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.
As crianças, felizes com os dois animais.

Eis que o dono do coelho foi viajar com a família e o coelho ficou sozinho.
No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche
quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes,
imundo, sujo de terra, morto.
Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo, o cão levou uma surra! Dizia o
homem:
- O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso!
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar.
E agora?!
Todos se olhavam.
O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.
- Já pensaram como vão ficar as crianças?
Não se sabe exatamente quem teve a idéia, mas parecia infalível:
- Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o
secador
e o colocamos na sua casinha.
E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia
vivo, diziam as crianças.

Logo depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças
- Descobriram!
Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta,
assustado.
Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi? Que cara e essa?
- O coelho, o coelho...
- O que tem o coelho?
- Morreu!
- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
- Morreu na sexta-feira!
- Na sexta?
- Foi. Antes de viajarmos as crianças o enterraram no fundo do quintal e
agora reapareceu!

A história termina aqui.
O que aconteceu depois não importa. Mas o grande personagem desta história
é
o cachorro.
Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de
infância.
Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado.

O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e
vai mostrar para seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo.
E o ser humano continua o mesmo, sempre julgando os outros...

Outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência
de julgar os fatos sem antes verificar o que de fato aconteceu.

Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos
da verdade?


(Não sei quem é o autor!)


Inês de Castro ( a que, hás vezes, também é injusta)

Este vale a pena reflectirmos bem antes de comentar....

04 agosto 2006

DESEJO...de ti!


"Entrego-me aos teus sabores.
Colo-me aos teus contornos.
Sou percorrida por um calor de inferno
que me consome até o pensamento.
Mas deixo-me guiar e fecho os olhos
quando sinto o toque da carne a penetrar a carne."

"Dá-me o teu mel
Dá-me o teu mosto
Dá-me o teu gosto
Dá-me o teu rosto
Dá-me o teu corpo
Dá-me o luar
A madrugada
Dá-me poesia
Dou-te o meu corpo
Que o pensamento
É teu só teu
Dá-me o teu pólen
Sou uma flor
A tua flor
Dou-te o meu mel
Dá-me essa brisa
Que tens nos dedos.
Tenho calor..."


"Tão lascivo e intenso é esse momento,
em que invades meu corpo
com toques de dedos, música, bicos túrgidos.
E vens, e tomas e bebes
enlaças minhas coxas, e fendes, e dás, e me tiras.
E, antes que me desfaleça em morte,
luxúria, desço entre as tuas pernas;
Desejo de ter-te, de gozar um prazer,
húmido, duro, que nada se lhe iguala.
Abraço, movimento tuas ancas em mim,
abro minha boca, a minha língua procura-te:
Com vontade, pressa,
emergência do querer sentir-te crescer,
provar o sabor, de ser preenchida por ti!"







"Fora eu mal-me-quer silvestre
Para o meu pólen me tirares
E em mel o tornares e tua boca adoçar
Fora eu gazelinha indefesa
No mato à solta
E tu caçador por gosto puro
E em meu pescoço acertares
Para sangue levares como prova
E em teu laboratório
O transformares
E teu remédio ficar
Fora eu vento
Para em brisa me virar
E teu rosto ao de leve acariciar beijar
E te fazer sentir
Como mão que desejas
Te toquem te libertem
Duma angústia dum cansaço habitual torturante ....
Para tu me suplicares
De mansinho
Que amor mais não te dê
Que te mato Te sufoco"

"luxúria
Dizem que a luxúria é um pecado,
talvez tenham razão
se o que for bom é um pecado!
A luxúria permite-nos
sentir a vida a borbulhar dentro do nosso corpo
e impele-nos
para o concretizar dos nossos desejos mais secretos.
É a luxúria que nos faz viver a aventura do desejo.
Entre cometer um pecado ou deixar de viver,
prefiro a primeira opção!
E tenho tanto para viver!
Luxúria
Quero descobrir
Teu corpo, teu suor
Percorrendo,correndo
Sem pressa os instintos.
Deixar mãos
Colarem pernas
Marcarem seios
Rasgarem bocas.
Quero tua descoberta
Feita em meu corpo
Na luxúria nossa de cada dia"




"o breu da noite esconde enseadas de paixão...
o corpo torna-se oceanos de suor doce
em que os dedos naufragam impunemente...
e nesses mares de loucura
as tempestades são sussurros
são os teus prolongados "bommmm"
que me enlouquecem
e a bonança só chega noite alta
quando o sono vence a árdua batalha dos sonhos..."





De vários textos que me foram sendo enviados...e que adorei...parece que sou eu quem está ali a sentir... (não sei quem os escreveu)

Inês de Castro ( a que sente...)

02 agosto 2006

AMIZADE


É o alicerce da existência.
Independente da idade.
É o caminho do amor.
De uma simples conversa,
Aprendemos sem mistérios,
A conhecermos as pessoas,
Com suas limitações e vocações.
Com o passar do tempo.
As coisas começam a mudar,
Cada um toma seu rumo,
As obrigações começam a chegar.
O que parecia ser eterno,
Começa a se desmanchar.
Só ficaram gravadas as lembranças.
Como um filme a rodar.
Quando a saudade bater,
Você vai me escrever,
Eu na maior felicidade,
responderei com o maior prazer.
Como se fosse o único modo,
De estarmos tão longe,
E ao mesmo tempo tão perto,
Transformando amizade em emoção.

Recebi sem autor

(RP, espero que a nossa amizade não se comece a desmanchar apesar das minhas limitações e vocações... um beijo muito especial para um amigo especial...que sei que nunca lerá estas palavras)

Inês de Castro (a que hoje fica em completo Silêncio com estes gritos)

01 agosto 2006

Do alto do campanário



Do alto do campanário
lanço-me em vôo cúmplice com minha alma.

Em sinestesia efêmera
rasgo-me em conjecturas
e questiono mitos e desventuras.
Momentos de fugaz hipnose explodem...

Em transparências carmim,
pressagiando complexas reflexões cognitivas.

Cerro os olhos da alma baldandoo vôo pairado.
Dobro-me ao silêncio dos sentidos.

By:Andréa Motta

Inês de Castro (a que se rasga em conjecturas e questiona mitos e desventuras)

Chorar e Rir



E enquanto uma chora, outra ri;
é a lei do mundo, meu rico senhor;
é a perfeição universal.

Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo;
mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas,
acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária,
e faz-se o equilíbrio da vida.


By:Machado de Assis, in "Quincas Borba"

Inês de Castro ( a que chora lágrimas secas)