24 agosto 2013

fechar definitivamente aquele livro ou enganar a solidão com uma migalha de afecto

Saiu do escritório por voltas das 20h. Exausta, desceu as escadas já sombrias e gastas dos passos apressados que nelas se haviam imposto durante todo um dia de agitadas correrias e prementes negócios e reuniões. Tailleur impecavelmente moldado às suas curvas, de corte elegante e recatado, deixando adivinhar o contorno de um corpo modestamente belo e desejado, peep toes de verniz preto, tacão moderadamente alto capaz de aguentar o peso dos dias e o refinado carisma de uma profissional, pasta de documentos debaixo do braço pois a reunião da manhã seguinte assim o exigia. Caminhava pesarosa, de ombros caídos, inundando a mente de perguntas triviais e suspirando de solidão. Tinha dias assim, dias em que a destreza em afastar o vazio se lhe escapava tão depressa quanto o fumo do cigarro se dissipava no ar, dias em que a urgência de se sentir completa se sobrepunha à postura firme e lhe emprestava um laivo de tristeza no olhar, dias em que o corpo que amava lhe faltava tanto que sentia uma pontada do lado esquerdo do peito, assim meio ao centro, ligeiramente inclinado. Nessas alturas, só pensava em adormecer rápido e acordar já no dia a seguir, onde o ciclo se repetiria sem grandes mudanças, mas as nuances e variáveis fariam toda a diferença no rosto que decidira usar aquela nova manhã. Antes de entrar no carro, sentiu o telemóvel vibrar no interior da sua mala. Vasculhou, como quem desbrava mato no meio do caos de bugigangas, óculos de sol, batons, agendas e blocos de notas, porta-chaves, esferográficas até encontrar o sofisticado objecto que piscava em sinal de sms. Em letras maiúsculas, escrevia sempre assim, leu a mensagem recebida: "VENS?" Sorriu intrigada, indagando-se do certeiro tiro vindo de onde menos esperava, um capítulo esquecido do livro das suas memórias e cujas palavras há muito não faziam as delícias da sua leitura. Sentou-se no banco do carro, fixando o telemóvel e tentando decidir se a sua vontade era a de transmutado em prazer, sexo, corpos alimentando-se mutuamente de entregas sem continuidade, de extravasares de recalcamentos num orgasmo redentor. Girou a chave na ignição, meteu a primeira e acelerou em direcção ao passado na esperança de confortar o presente sem olhar para o futuro. O beijo era soldado a desejo, as mãos pregos em estacas de luxúria, os braços másculos e desobedientes, abarcaram-na toda num abraço de prazer. O sexo húmido e viril, consubstanciado em reminiscências de entregas passadas, que nunca desapontava, cumpriu o seu dever. Veio-se. Sucumbiu ao prazer efémero, ao orgasmo almejado. Colmatou lacunas, originou outras tantas.
IC ( a que se sente na mesma dúvida:fechar definitivamente aquele livro ou enganar a solidão com uma migalha de afecto ) BY Bouble life: http://doublelifedoubletrouble.blogspot.pt/2013/06/a-puta-emocional-case-study.html

23 julho 2012

Je ne sais quoi

a minha vida

JE NE SAIS QUOI

Quando li, há muitos anos atrás, a frase de Marcel Proust ‘’As mulheres bonitas, deixo-as para os homens de pouco imaginação’’ foi como ter uma epifania. Parecia que afinal, há cem anos atrás, alguém pensara o mesmo que eu, e não era um homem qualquer, mas um dos mais importantes autores do inicio do século XX.
Recordo-me de nos meus tempos de liceu os meus amigos me perguntarem a razão porque tendo tido namoradas bonitas e podendo namorar a X ou a Y eu me caíra de amores pela Rita que era uma rapariga bonitinha mas não bonita.
E mais tarde a situação repetiu-se com a Magda, com a Cristina.
Realmente eu não concordo com Vinicius quando disse que a beleza é fundamental. Julgo que deverá haver sempre um laivo de beleza, de simetria, mas fundamental? Não de todo!
Sim, é bem verdade que a beleza proclamada era um misto de je ne sais quoi mas todavia assentava muito no aspecto físico.
Mas a sentença de Vinicius é perigosa e irrealista porque parece definitiva, absoluta! Parece afirmar que a mulher se deve conformar com a sua herança genética, perder a esperança, baixar os braços, render-se a um destino que um fado traçou.
Nada tão longe da realidade. Cada mulher encerra em si o potencial para se metamorfosear. Cada mulher encontra em si argumentos que superam os limites físicos, um encanto não tão perene que fascina os homens e os leva a olhar para si em plenitude.
Eu não o escrevo porque eventualmente só tenha tido namoradas menos bonitas, o que não é verdade de todo. Mas desde novo me dei conta que a beleza era apenas um invólucro que muitas vezes não vinha acompanhado de grande conteúdo. Na realidade muitas vezes o romance não durava mais do que quinze dias, tantas quantas as páginas que poderiam ser escritas com o argumento e o diálogo que tinha entre mãos sem cair numa evidente repetição de cenas , frases e ideias!
A beleza nessas ocasiões revelava-se pouco atractiva e, como veria a constatar mais tarde, muito efémera.
Por outro lado cedo descobri o je ne sais quoi de algumas mulheres. O poder do charme sobre o outro sexo.
Hoje procuro o je ne sais quoi que há em cada mulher. Ou deveria haver! Esse je ne sais quoi , o não sei o quê, indefinível e contudo tão evidente em algumas mulheres.
A beleza natural , como constatei ao longo dos anos é transitória, um estado efémero que se desvanece com o peso da vida, com o desleixo da mulher, com a transição fisionómica.
Já o je ne sais quois se mantém inalterável, pode ser apurado, desenvolvido, abrilhantado!
Uma mulher que confie apenas na sua beleza sem que tenha um menor je ne sais quoi que faça a diferença cedo compreenderá que a sua beleza dará para quinze dias de paixão e quinze anos de compreensão.
Uma mulher apenas bela serve de cartão de visita, para ostentar, como se de um carro de luxo se tratasse. Uma mulher com um je ne sais quois não o permitirá, antes transformará um homem no seu objecto de prazer e de valorização se este apenas tiver a sua beleza como qualidade válida para uma mulher. Pouco, muito pouco!
A beleza é transitória e ultrapassável. Por cada mulher bonita que encontro, logo outra ainda mais bonita me surge daí a pouco. É uma luta inútil, vã, a da mulher que se pretende a mais bonita ou a que procura que a sua beleza seja a chave para fechar o coração do seu homem. Tão pouco fechará a sua castidade!
O je ne sais quoi é único, exclusivo, e por isso mesmo não pode sofrer competição. Podem haver outras com outros atractivos mas nunca conseguirão repetir a mesma matriz.
Se a beleza é uma mera qualidade do invólucro, já o esse je ne sais quoi é um mundo, cheio e por descobrir, que preenche todo o conteúdo. É imortal! É eternamente sedutor, atractivo, viciante!
Uma mulher apenas bonita será como um episódio de uma série que se repetirá dia a dia até à exaustão. Uma mulher dotada desse je ne sais quoi será como uma longa série cheia de cliffhangers e de voltefaces! Todos os dias ligaremos a televisão para descobrir o resto da trama, apenas para verificar que com a conclusão de um ciclo outro se inicia!
Poucos sabem racionalmente porque preferem o je ne sais quois! Preferem ousar, desafiar, arriscar e até perder e obter esse je ne sais quoi que algumas mulheres têm e que sabem, têm a certeza, perdurará.
A beleza é fundamental sim, mas não essa beleza cantada pelo poeta. A beleza que é fundamental é a que sai de dentro, que implica, que fascina, que provoca, que nos arrasta. Uma beleza que só sabemos existir ao ver, ao contactar uma beleza imperceptível em imagens, fotos ou pinturas, uma beleza que não pode ser descrita numa tela mas que todavia perdurará por muito mais tempo na memória dos homens.
Uma beleza de que só consigo descrever como je ne sais quoi, o que todavia é tudo!

by  Johnatan Stiffwell
E dou graças a Deus por também haver mulheres que pensam como eu, pois se não fosse o meu je ne sais quois eu também passaria despercebido aos olhos femininos!

29 abril 2012

Onde estas? 

Perdido em ilusões, sonho acordado 
Sonho como queria um amor verdadeiro 
Queria alguém que me amasse como sou 
Queria alguém que me compreendesse 
Queria alguém que me completasse
Quer me desejasse e amasse sem restrições
Queria perder-me no seu olhar
Adormecer a pensar nesse alguém
Acordar com esse alguém no pensamento
Onde estas? Por onde andas? Minha alma gémea
Vem completar-me, vem satisfazer-me
Vem realizar os meus mais requintados desejos
A ilusão continua, o desejo permanece
Quero viver um amor inesquecível
Uma paixão arrebatadora, quero amar sem pensar no amanha
Quero viver esse amor, quero ser feliz
Onde estas? Onde andas? Minha alma gémea
No silêncio da noite procuro por ti
Perco-me na ilusão de te encontrar
Imagino o teu sorriso, desenho o teu corpo
Gravo-o na minha memória, guardo-o na alma
Espero ansiosamente que me procures
Onde estas? Por onde andas? Minha alma gémea
Será que existe? Devo esperar? Devo desistir?
Friamente penso que sim, mas sou emocional
Um sonhador, aguardo pelo sinal, aguardo por ti
Choro quando me sinto triste
Sonho quando durmo, sonho acordado
Quero-te, vem ao meu encontro, faz-me feliz
Quero sentir o teu beijo, olhar nos teus olhos
Ver o teu sorriso, acariciar o teu corpo
Perder-me nos teus encantos
Adormecer agarrado a ti, acordar ao teu lado
Servir-te o café na cama,
Oferecer-te rosas, beijar-te as mãos
Tocar o teu rosto, sentir o teu beijo
Fazer amor contigo, enfim ser feliz
Onde estas? Por onde andas? Minha alma gémea

João Carlos Aleixo
Em “Devaneios”

11 julho 2011

Mago-feiticeiro



Não falei contigo

Com medo que os montes e os vales

onde me achas caíssem aos seus pés

Acredito e entendo

Que a estabilidade lógica de quem não quer explodir

Faça bem ao escudo que és


Saudade é o ar que vou sugando e aceitando

Como fruto de verão no jardim do teu beijo

Mas sinto que sabes que sentes também

Que num dia maior serás trapézio sem rede

A pairar sobre o mundo e em tudo que vejo



É que hoje acordei e lembrei

Que sou mago feiticeiro

Que minha bola de cristal é folha de papel


E nela que escrevo nua..nua chama minha e tua

Desconfio que ainda não reparaste

Que teu destino foi inventado




Por tocar discos estragados

Ao qual você vai se moldando

E todo o seu planejamento estratégico


De sincronização do coração são leis como paredes e tetos

Que não tem movimentação


Desculpa se te usei

Como refúgio dos meus sentidos

Pedaço de silêncios perdidos

Que voltei a encontrar em ti

Ainda magoas alguém

Esse tiro passou ao meu lado


Se não te deste a ninguém

Magoastes à alguém

Mas a mim...o tiro passou ao lado

Está tudo acabado...




É que hoje acordei e lembrei

Que sou mago feiticeiro

Que minha bola de cristal é folha de papel

É nela que escrevo uma, uma..

Uma canção minha e tua

Uma canção minha e tua.



By: WATTZ



23 setembro 2010

Imagino-te....meu amor!














Neste exacto momento
em que escrevo estas palavras,
é teu o meu pensamento,
embora tu não o saibas,
em que, num sorriso,
recordo o toque da tua pele
e imagino nos teus lábios
o mais puro e doce mel.
E imagino segredos
e histórias por revelar;
e com a ponta dos meus dedos
anseio em te tocar;
e num tom de voz baixinho
ao teu ouvido sussurrar,
enquanto te faço um carinho,
enquanto leio o teu olhar.
E, logo depois, lentamente
pegar na tua mão;sentir nela,
o teu corpo quente,
sentires nela o meu coração.
E depois suave e doce afagar o teu cabelo,
como se um poema fosse,
como se pudesse eu escrevê-lo.Imagino finalmente,
ou talvez seja um desejo,
abraçar-te ternamente,
enquanto provo o teu beijo.
Publicada por Romeu (http://romeu-love.blogspot.com/)
IC (a que também imagina)

26 abril 2010

The Blower's Daughter -A Filha do Vento

The Blower's Daughter
A Filha do Vento


And so it's
E então é isso
Just like you said it would be
como você disse que seria
Life goes easy on me
A vida corre fácil pra mim
Most of the time
A maioria das vezes
And so it's
E então é isso
The shorter story
A história mais curta
No love, no glory
Sem amor, sem glória
No hero in her sky
Sem herói no céu dela


I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de Você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes...
Não consigo tirar meus olhos...


And so it's
E então é isso
Just like you said it should be
Como você falou que deveria ser
We'll both forget the breeze
Nós dois esqueceremos a brisa
Most of the time
A maioria das vezes
And so it's
E então é isso
The colder water
A água gelada
The blower's daughter
A filha do vento
The pupil in denial
A aluna rejeitada


I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes off you
Não consigo tirar meus olhos de você
I can't take my eyes...
Não consigo tirar meus olhos...


Did I say that I loathe you?
Eu disse que te detesto?
Did I say that I want to
Eu disse que quero deixar
Leave it all behind?
Tudo para trás?


I can't take my mind off you
Não consigo parar de pensar em você
I can't take my mind off you
Não consigo parar de pensar em você
I can't take my mind off you
Não consigo parar de pensar em você
I can't take my mind off you
Não consigo parar de pensar em você
I can't take my mind off you
Não consigo parar de pensar em você
I can't take my mind...
Não consigo parar de pensar em você
My mind... my mind...
Meus pensamentos...Meus pensamentos...
Until I find somebody new
Até conhecer uma nova pessoa.

BY Composição: Damien Rice

INES DE CASTRO (...ATÉ CONHECER UMA NOVA PESSOA - ...UNTIL I FIND SOMEBODY NEW)

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03 abril 2009

Quando A Gente Ama

Cantado por: Oswaldo Montenegro
Composição: Marcelo Barbosa Barreti / Nil Bernardes / Fábio Caetano

http://www.youtube.com/watch?v=SQJOr3cXul4

Quem vai dizer ao coração,
Que a paixão não é loucura
Mesmo que pareça Insano acreditar
Me apaixonei por um olhar
Por um gesto de ternura
Mesmo sem palavra
Alguma pra falar
Meu amor,a vida passa num instante
E um instante é muito pouco pra sonhar
Quando a gente ama,
Simplesmente ama
É impossível explicar
Quando a gente ama
Simplesmente ama!
IC (A que espera...porque quando agente ama...simplesmente ama...quando tem a quem amar!)

12 fevereiro 2009

Gosto de ti em silêncio.




Gosto de ti calada porque estás como ausente
e me ouves de longe, e esta voz não te toca.
Parece que os teus olhos foram de ti voando
e parece que um beijo fechou a tua boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
tu emerges das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sonho, pareces-te com a minha alma
e pareces-te com a palavra melancolia.

Gosto de ti calada e estás como distante.
E estás como queixando-te, borboleta em arrulho.
E ouves-me de longe, e esta voz não te alcança:
Vais deixar que eu me cale com o silêncio teu.

Vais deixar que eu te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual à noite, calada e constelada.
O teu silêncio é de estrela, tão longínquo e tão simples.

Gosto de ti calada porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se houvesses morrido.
Uma palavra então, um teu sorriso bastam.
E estou alegre, alegre porque não é verdade.

Pablo Neruda

(IC - a que espera que alguem se cale com o silencio meu e que me fale com o meu silencio)

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31 maio 2008

Terror de te amar!


Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo.
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.

Sophia de Mello Breyner Andresen

(Ines de Castro- a que se revolta pela resigação de um amor num lugar de imperfeição e por TUDO o que nos separa e mente, engana e ilude. Por tudo o que me deixa quebrada e sem poder gritar. Resumo-me a este grito de silencio....e fico sem voz! Naõ desistirei. Fica a esperança...quem sabe um dia o mundo se tona mais perfeito e menos frágil)

04 abril 2008


O Que Tinha de Ser



Porque foste na vida
A última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu
Sem eu saber sequer
Porque és o meu homem
E eu tua mulher
Porque tu me chegaste
Sem me dizer que vinhas
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh'alma
Como um amanhecer
Porque foste o que tinha de ser

By:Maria Bethânia
Composição: Tom Jobim - Vinícius de Moraes)

(IC : a que ouve e escuta os silencios que se escondem nestes maravilhosos gritos. É tão lindo não é?)

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31 março 2008

Saudades!


Saudades!

Sim... Talvez...

E porque não?...

Se o nosso sonho foi tão alto e forte

Que bem pensara vê-lo até à morte

Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?

... Ah! Como é vão!

Que tudo isso,

Amor, nos não importe.

Se ele deixou beleza que conforte

Deve-nos ser sagrado como pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,

Para mais doidamente me lembrar,

Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:

Quanto menos quisesse recordar

Mais a saudade andasse presa a mim!


Florbela Espanca

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01 janeiro 2007

Bom 2007



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
ovo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre

By: Carlos Drummond de Andrade

(Ines de Castro: a que deseja que mereçamos todos um bom ano de 2007, com saúde, pão, amigos e familia sempre presentes, amor e paz.)


09 outubro 2006

Lágrimas ocultas
















Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

BY: Florbela Espanca

(Inês de Castro: a que chora lágrimas que ninguém vê, longe da fonte dos amores da longínqua Coimbra)

24 setembro 2006

INCLINADO EN LAS TARDES




Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes
A tus ojos oceánicos.

Ali se estira y arde en la más alta hoguera
Mi soledad que da vueltas los brazos como un náufrago.

Hago rojas señales sobre tus ojos ausentes
Que olean como el mar a la orilla de un faro.

Sólo guradas tinieblas, hembra distante y mía,
De tu mirada emerge a veces la costa del espanto.

Inclinado en las tardes echo mis tristes redes
A ese mar que sacude tus ojos oceánicos.

Los pájaros nocturnos picotean las primeras estrellas
Que centellean como mi alma cuando te amo.

Galopa la noche en su yegua sombría
Desparramando espigas azules sobre el campo.


By Pablo Neruda


Inês de Castro – (Porque há olhares, oceânicos e longínquos, que ferem como espadas...há outros que não ferem, só porque estão longínquos ao olhar e ao coração.)

22 setembro 2006

Dar é bom ....


Dar não é fazer amor.
Dar é dar.
Fazer amor é lindo,
é sublime,
é encantador,
é esplêndido.

Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da
nuca...
Que te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.

Dar é bom.
Melhor do que dar,
só dar por dar.

Dar sem querer casar...
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.

Dar porque a vida é stressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje,
vai dar
amanhã, ou depois.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.

Dar sem esperar ouvir promessas,
sem esperar ouvir carinhos,
sem esperar ouvir futuro.

Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desvairados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.

Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do
escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade
parece querer te abduzir.
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...

Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa,
uma chance ao amor.

Esse sim
é o maior tesão.

Esse sim relaxa,
cura o mau humor,
ameniza todas as
crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado(a)...

By Luiz Fernando Veríssimo

(INÊS DE CASTRO a que dá porque DAR É BOM e SEXO É SÓ SEXO como em:www.gritosdesilencio.blogspot.com)

20 setembro 2006

Um eco feito de tempo


Perco tanto tempo
Com o tempo que tenho
Procurando ao tempo
Aquilo a que venho

Quero ter tempo
Para poder viver
Antes daquele tempo
Em que vou morrer

Perco-me no tempo
Que tarda em chegar
Escondo-me do tempo
Que tarda em passar

Sei que ainda há tempo
Para te poder amar
Mas falta-me o tempo
Que não vai voltar

By MEDUSA

05 setembro 2006

MAIS OLHOS QUE BARRIGA


O tempo, esse bandido clandestino
Salteador de estradas e memórias
Mistura numa névoa libertina
O passado e o futuro das histórias.

O tempo de dizer a vida é breve
O tempo de dizer há quem o diga
Só espera pelo diabo que o leve
O tempo tem mais olhos que barriga.

Ensinou os dedos de rameira
Remexendo em tudo muito embora
Seja sem prazer que tudo queira
Trinque e deixe a meio e deite fora.

O tempo que se esconde de emboscada
O tempo que te foge a sete pés
O tempo que no fim não vale nada.

BY Susana Félix

Inês de Castro ( a que canta que "O TEMPO QUE NÃO TEMOS!")

08 agosto 2006

Férias


Vou de férias...
Finalmente!

Fico a aguardar a surpresa dos comentários recebidos...eu, nesta altura também vou tendo tempo para lêr o que não consegui lêr ao longo do ano.

Levo comigo o print dos textos que mais me chamaram a atenção e que, agora, vou poder ler com mais cuidado.

Sempre que tiver oportunidade, deixarei um "Alô".

Beijos a quem fica e que se dá ao trabalho de lêr e me ensinar alguma coisa com os seus comentários.

Beijos aos que foram e que estão a retemperar energias.

Beijos aos que vão voltando e que se deram ao trabalho de ler isto até ao fim....

Inês de Castro (a que foi e espera voltar)

07 agosto 2006

O Coelho e o Cachorro



Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos.
Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação.
O homem comprou um filhote de pastor alemão.
Conversa entre os dois vizinhos:
- Ele vai comer o meu coelho!
- De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, "pegar"
amizade...
E, parece que o dono do cão tinha razão.
Juntos cresceram e se tornaram amigos.
Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.
As crianças, felizes com os dois animais.

Eis que o dono do coelho foi viajar com a família e o coelho ficou sozinho.
No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche
quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes,
imundo, sujo de terra, morto.
Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo, o cão levou uma surra! Dizia o
homem:
- O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso!
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar.
E agora?!
Todos se olhavam.
O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.
- Já pensaram como vão ficar as crianças?
Não se sabe exatamente quem teve a idéia, mas parecia infalível:
- Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o
secador
e o colocamos na sua casinha.
E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia
vivo, diziam as crianças.

Logo depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças
- Descobriram!
Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta,
assustado.
Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi? Que cara e essa?
- O coelho, o coelho...
- O que tem o coelho?
- Morreu!
- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
- Morreu na sexta-feira!
- Na sexta?
- Foi. Antes de viajarmos as crianças o enterraram no fundo do quintal e
agora reapareceu!

A história termina aqui.
O que aconteceu depois não importa. Mas o grande personagem desta história
é
o cachorro.
Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de
infância.
Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado.

O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e
vai mostrar para seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo.
E o ser humano continua o mesmo, sempre julgando os outros...

Outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência
de julgar os fatos sem antes verificar o que de fato aconteceu.

Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos
da verdade?


(Não sei quem é o autor!)


Inês de Castro ( a que, hás vezes, também é injusta)

Este vale a pena reflectirmos bem antes de comentar....

04 agosto 2006

DESEJO...de ti!


"Entrego-me aos teus sabores.
Colo-me aos teus contornos.
Sou percorrida por um calor de inferno
que me consome até o pensamento.
Mas deixo-me guiar e fecho os olhos
quando sinto o toque da carne a penetrar a carne."

"Dá-me o teu mel
Dá-me o teu mosto
Dá-me o teu gosto
Dá-me o teu rosto
Dá-me o teu corpo
Dá-me o luar
A madrugada
Dá-me poesia
Dou-te o meu corpo
Que o pensamento
É teu só teu
Dá-me o teu pólen
Sou uma flor
A tua flor
Dou-te o meu mel
Dá-me essa brisa
Que tens nos dedos.
Tenho calor..."


"Tão lascivo e intenso é esse momento,
em que invades meu corpo
com toques de dedos, música, bicos túrgidos.
E vens, e tomas e bebes
enlaças minhas coxas, e fendes, e dás, e me tiras.
E, antes que me desfaleça em morte,
luxúria, desço entre as tuas pernas;
Desejo de ter-te, de gozar um prazer,
húmido, duro, que nada se lhe iguala.
Abraço, movimento tuas ancas em mim,
abro minha boca, a minha língua procura-te:
Com vontade, pressa,
emergência do querer sentir-te crescer,
provar o sabor, de ser preenchida por ti!"







"Fora eu mal-me-quer silvestre
Para o meu pólen me tirares
E em mel o tornares e tua boca adoçar
Fora eu gazelinha indefesa
No mato à solta
E tu caçador por gosto puro
E em meu pescoço acertares
Para sangue levares como prova
E em teu laboratório
O transformares
E teu remédio ficar
Fora eu vento
Para em brisa me virar
E teu rosto ao de leve acariciar beijar
E te fazer sentir
Como mão que desejas
Te toquem te libertem
Duma angústia dum cansaço habitual torturante ....
Para tu me suplicares
De mansinho
Que amor mais não te dê
Que te mato Te sufoco"

"luxúria
Dizem que a luxúria é um pecado,
talvez tenham razão
se o que for bom é um pecado!
A luxúria permite-nos
sentir a vida a borbulhar dentro do nosso corpo
e impele-nos
para o concretizar dos nossos desejos mais secretos.
É a luxúria que nos faz viver a aventura do desejo.
Entre cometer um pecado ou deixar de viver,
prefiro a primeira opção!
E tenho tanto para viver!
Luxúria
Quero descobrir
Teu corpo, teu suor
Percorrendo,correndo
Sem pressa os instintos.
Deixar mãos
Colarem pernas
Marcarem seios
Rasgarem bocas.
Quero tua descoberta
Feita em meu corpo
Na luxúria nossa de cada dia"




"o breu da noite esconde enseadas de paixão...
o corpo torna-se oceanos de suor doce
em que os dedos naufragam impunemente...
e nesses mares de loucura
as tempestades são sussurros
são os teus prolongados "bommmm"
que me enlouquecem
e a bonança só chega noite alta
quando o sono vence a árdua batalha dos sonhos..."





De vários textos que me foram sendo enviados...e que adorei...parece que sou eu quem está ali a sentir... (não sei quem os escreveu)

Inês de Castro ( a que sente...)

02 agosto 2006

AMIZADE


É o alicerce da existência.
Independente da idade.
É o caminho do amor.
De uma simples conversa,
Aprendemos sem mistérios,
A conhecermos as pessoas,
Com suas limitações e vocações.
Com o passar do tempo.
As coisas começam a mudar,
Cada um toma seu rumo,
As obrigações começam a chegar.
O que parecia ser eterno,
Começa a se desmanchar.
Só ficaram gravadas as lembranças.
Como um filme a rodar.
Quando a saudade bater,
Você vai me escrever,
Eu na maior felicidade,
responderei com o maior prazer.
Como se fosse o único modo,
De estarmos tão longe,
E ao mesmo tempo tão perto,
Transformando amizade em emoção.

Recebi sem autor

(RP, espero que a nossa amizade não se comece a desmanchar apesar das minhas limitações e vocações... um beijo muito especial para um amigo especial...que sei que nunca lerá estas palavras)

Inês de Castro (a que hoje fica em completo Silêncio com estes gritos)

01 agosto 2006

Do alto do campanário



Do alto do campanário
lanço-me em vôo cúmplice com minha alma.

Em sinestesia efêmera
rasgo-me em conjecturas
e questiono mitos e desventuras.
Momentos de fugaz hipnose explodem...

Em transparências carmim,
pressagiando complexas reflexões cognitivas.

Cerro os olhos da alma baldandoo vôo pairado.
Dobro-me ao silêncio dos sentidos.

By:Andréa Motta

Inês de Castro (a que se rasga em conjecturas e questiona mitos e desventuras)

Chorar e Rir



E enquanto uma chora, outra ri;
é a lei do mundo, meu rico senhor;
é a perfeição universal.

Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo;
mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas,
acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária,
e faz-se o equilíbrio da vida.


By:Machado de Assis, in "Quincas Borba"

Inês de Castro ( a que chora lágrimas secas)

31 julho 2006

Traição

O tempo desacelera dentro de mim.
Só os meus dedos se mexem para tentar expressar algo que os meus lábios não conseguem.
O sono gelado da morte. Aproxima-se terrível e grandioso.

Nestes momentos morro para o mundo e renasço para mim.
Afasto o corpo da estrada para não ser atropelada de novo.
As pessoas passam mas raramente vêem os corpos que estão deitados no asfalto.
Têm pressa de chegar. Onde, não sei.
Pressa de chegar a qualquer lado que não seja aquele de onde vêm.
Qualquer um onde possam fugir de si mesmas e das vozes que as acusam.

Há sempre em nós uma voz estridente que nos acusa de qualquer coisa.
De certeza que tu também a conheces e a odeias.
Ela incomoda.
Tal como eu incomodava.

A minha voz. O meu tom de voz. A minha voz acusadora e pressionante. A minha voz estridente.

A que odeiam. Porque é estridente. Porque incomoda.A minha voz atravessa os ossos. Entra pela boca, sai pelos olhos, deleita-se com as entranhas. (...)

Uma voz proibida aos mortais.
Existem pessoas que chamam consciência a essa voz.
Outras chamam-lhe voz interior.

Eu digo que é um demónio que nos lambe as mãos.
Porque todos os demónios foram belos anjos, puros, inocentes. E depois cairam, loucos de sofrimento e horror.
Eu sou o teu demónio.
Eu sou a voz que grita no escuro e te incomoda.
Eu sou a voz que te viola a mente.

Por tudo isso sou condenada.
Arrastaram-me o corpo pela lama até uma árvore onde me amarraram e chicotearam.
Deram-me o meu sangue a provar.
Eu conheço-lhe o sabor.
E sorri.
A voz morreu-me nos lábios entreabertos.
Depois arracaram-me a língua e sussurram-me ao ouvido:
"para que nunca mais fales, nem corrompas os tímpanos dos outros, para que nunca mais acuses, para que nunca mais sussurres, para que nunca mais sejas gelo, para que nunca mais cuspas palavras que são dedos esticados que nos condenam".

E deixaram-me ali.
Entregue aos cuidados da natureza.

Choveu como nunca chovera antes, no meu mundo.
Contorci-me febril.
Arranco-te de mim.
Perdi toda a noção, todo o rumo.
Amanheceu lá fora e eu não disse nada nem nunca mais vou dizer porque já não posso.

Por isso atirei-me na estrada.
Para que me atropelassem tantas vezes até a dor passar à força de sentir dor física.
Mas nem assim melhorei.
Por isso agora afasto-me para não ser atropelada de novo.
Olho para o céu.
Quero acreditar que um anjo me vem resgatar.
Mas nunca ninguém vem.
Só a chuva.
E dentro de mim nada mais ficou que o vazio.

Publicado por Fairy_morgaine

Inês de Castro (a que se afasta da estrada para não ser atropelada de novo)

28 julho 2006

AINDA TOMAREMOS UM CAFÉ



Um professor, diante de sua classe de filosofia,
sem dizer uma só palavra pegou num frasco de vidro, grande e vazio,
e começou a enchê-lo com bolas de golfe.

Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio
e, imediatamente, todos disseram que sim.

O professor então, pegou uma caixa de bolas de gude e a esvaziou dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir de seus alunos que sim.

Em seguida, pegou uma caixa de areia e a esvaziou dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio.

O professor pegou um copo de café (líquido) e o derramou sobre o pote humedecendo a areia.

Os estudantes riam da situação, quando o professor falou:
Quero que entendam que
o pote de vidro representa nossas vidas.
As bolas de golfe são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os amigos. São com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade.
As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo, etc. A areia representa todas as pequenas coisas. Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golfe e para as de gude”.

O mesmo ocorre em nossas vidas.
Se gastarmos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.
Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade. Brinquem com os seus filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, busquem a Deus e creiam nele, busquem o conhecimento, estudem, pratiquem seu desporto favorito...
Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golfe em primeiro lugar.
O resto é apenas areia”.

Um aluno se levantou e perguntou o que representava o café.
O professor respondeu:
“que bom que me fizestes esta pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo”.

Desconheço a autoria

Inês de Castro ( a que arranjou tempo para tomar café com um novo amigo )



27 julho 2006

Há coisas que vale a pena lêr!






Patriotismo

Lembro com alguma nostalgia o dia em que os portugueses saíram à rua vestidos de branco, chamando a atenção do mundo para a situação em Timor-Leste. Confesso a minha insensibilidade em relação à causa timorense (que os últimos acontecimentos parecem, uma vez mais, justificar). O que me tocou foi a capacidade - que até aí desconhecia - do povo português se mobilizar em redor de uma causa, de lutar por algo, de pugnar pelo que o imaginário colectivo via como "o bem", no caso ameaçado por um mal com sotaque indonésio.

Anos depois, Luís Felipe Scolari usou essa característica dos portugueses para gerar uma onda de apoio à selecção nacional de futebol. Os portugueses ficaram felizes, porque ganharam uma nova causa. E até confundiram o apoio à selecção com patriotismo - género "quem não põe bandeira na janela, não é português". Apoiar 11 homens atrás de uma bola em nome de Portugal até pode ser patriotismo. Mas o patriotismo não se esgota por aí - e por ser utilizado para causas muito mais produtivas do que rir ou chorar, de acordo com o que mostra o marcador ao fim de 90 minutos.

O patriotismo pode, por exemplo, ser usado para pagar na mesma moeda às multinacionais que viram costas ao país. Não querem ficar cá? Então nós também não queremos os produtos que vocês vão fabricar noutro país qualquer.

Paulo Camacho

-»»»»»-

NÃO

O artigo 13 do Código do IRS dispõe que este imposto "não incida sobre os prémios atribuídos aos praticantes de alta competição, bem como aos respectivos treinadores, por classificações relevantes obtidas em provas desportivas de elevado prestígio e nível competitivo". O Mundial de Futebol é uma prova "de elevado prestígio e nível competitivo"? É, sem qualquer sombra de dúvida. E um quarto lugar é uma "classificação relevante"? Não seria, para a equipa canarinha; é-o sem sombra de dúvida para a selecção das quinas.

Logo, deve o governo atender ao pedido do presidente da Federação Portuguesa de Futebol para que fiquem isentos de pagamento de IRS os prémios de presença no Mundial de 2006, no valor de 50 mil euros por jogador? Não. Ou melhor: NÃO!

O artigo 13 foi incluído no Código do IRS a pensar em atletas amadores, não em profissionais pagos a peso de ouro. Aplicando a taxa de 40% aos 50 mil euros ganhos pelos futebolistas, concluímos que cada um deles terá de pagar 20 mil euros. Isso equivale talvez a uma semana de trabalho para os seleccionados que menos ganham; mas menos de um dia de trabalho para um Cristiano Ronaldo ou um Luís Figo.

A isenção seria uma esmola dada a milionários por um país que não tem como garantir uma existência digna a muitos dos seus cidadãos. Seria um insulto para os desempregados, para os que vivem na pobreza, para a esmagadora maioria dos reformados. E sugerir a isenção é uma ideia tão tola quanto foi exemplar o comportamento dos futebolistas na Alemanha. E a prova - uma vez mais - de que o mal do futebol português está nos dirigentes, e não nos jogadores.

By:Paulo Camacho

(Eu nem me atrevo a comentar....só ia estragar o texto...Inês)

26 julho 2006

TRAIÇÃO



Por Arnaldo Jabor

Você homem da actualidade, vem se surpreendendo com o "nível" Intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada, amante, ficante e etc...
Às vezes nem sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído, ou nos termos usuais "corneado".

Saiba de uma coisa...esse risco é iminente, a probabilidade de isso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais, evitar que isso aconteça ou então assumir seu "chifre" em alto e bom som. Você deve estar perguntando por que eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos.
Mas o que seria uma "mulher moderna": a princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...
É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes, mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...
É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...
Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer...

Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior:VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que:

Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam.
Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.
Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber, da sua boca, o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.

Não ache normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo...

Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex-bom de cama é grandessíssimo.Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 45 anos, elas pensam e querem fazer sexo TODOS OS DIAS (pasmem.É a pura verdade)...Bom, nem precisa dizer que se não for com você... Dê-lhe atenção.

Mas principalmente faça com que ela perceba isso.
Garanhões mal (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é???? Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.

Em hipótese alguma a deixe desconfiar do fato de você estar saindo com outra.
Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem....Dessa vez é a SUA mulher.

Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora.
Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta
Ela, só por um segundo, achar que você merece... Quando você reparar... já foi.

Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia
inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar do lado e simplesmente dormir.

Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam
se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam
e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A"mulher moderna"não pode sentir falta dessas coisas...senão...

Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência".
Deste modo, se você está ao lado de uma Mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o Mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a
saber disso
.
Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você.

By Arnaldo Jabor

(inês de Castro uma "mulher moderna" que sorri quando lê isto!)

19 julho 2006

Toda mulher deveria TER...


...um velho amor que ela pudesse recordar...
e alguém que se lembrasse dela
como uma pessoa especial...

...dinheiro próprio para poder ter um lugar só dela...
mesmo se ela nunca quiser ou precisar ir até lá...

...uma roupa perfeita para usar
se o chefe ou o namorado
pedir que ela esteja pronta em uma hora...

...uma juventude que ela tenha deixado
para trás com satisfação...

...um passado interessante que a permita
revivê-lo com prazer...

...a percepção de que ela realmente terá
uma velhice com algum dinheiro guardado...

... um jogo de chaves de fenda,
uma furadeira sem fio
e um sutiã preto de renda...

...uma amiga que sempre a faça sorrir...
e outra que a permita chorar...

...um lindo móvel que não tenha sido
herdado de ninguém da família...

...oito pratos iguais, copos altos de vinho
e uma receita que faça com que
seus convidados sintam-se honrados...

...um recomeço que não seja desrespeitado...

...uma sensação de controle sobre seu destino...

...cuidado com a pele e com o corpo para
contrabalançar outros poucos aspectos da vida
que não melhoram após os 30...

...uma carreira sólida, um bom relacionamento e
tantos outros aspectos que melhoram após os 30...


Toda mulher deveria SABER...

...como se apaixonar sem se perder...

...como se sentir com filhos... e sem eles....

...como sair de um emprego, terminar um romance e discutir com uma amiga, sem destruir o relacionamento...

...quando insistir... e quando desistir...

...como divertir-se numa festa
onde não queria estar...

...como pedir o que quer de maneira que
sinta que irá conseguir...

...que ela não pode mudar o comprimento
de suas panturrilhas,
a largura de seus quadris, a cabeça dos homens
e nem o temperamento de seus pais...

...que sua infância pode não ter sido perfeita...
mas já passou...

...o que ela faria ou não por um amor...

...como viver sozinha... mesmo que não goste...

...em quem pode confiar, em quem não confiar
e por que ela não pode resolver pessoalmente...

... onde ir... ficar com sua melhor amiga
na mesa da cozinha...
ou em uma pousada na praia...
quando sua alma precisa se acalmar...

...o que ela pode ou não pode realizar em um dia...
um mês... e um ano...


By:Tânia Ailene
Toda a mulher deveria de ter, também, mais respeito por si mesma.....a Inês de Castro

10 julho 2006

Na breve arquitectura de um soneto














(imagem JLorça)

Na breve arquitectura de um soneto,
em seus catorze versos de harmonia,
tentava ela celebrar um preto
que lhe enchia as noites de alegria.

No rosto começou. Em quatro estrofes
os beiços lhe cantou e o vasto peito,
sereno espelho de ébano perfeito,
mar embalado na maré dos bofes.

Passou depois às coxas e joelhos,
cantou-lhe o negro aço dos pintelhos
e ia já no mastro duro e liso

quando notou que fechar num terceto
quase dois palmos de caralho preto
era coisa de quem não tem juízo .

By:Fernando Correia Pina

07 julho 2006

NOVO DIA, NOVO SONHO...


Raios de sol
Luz da manhã
Janelas abertas
Flores se abrindo....
Caminho entre as rosas
E delas recebo o perfume.
Aqui tudo é belo, existe amor...
A esperança de um novo dia
A busca de um novo sonho...
Na distância encontro alguém
E tudo recomeça....
Deixo a tristeza e encontro a alegria
É uma nova magia...
Aquele abraço, aquele beijo.
O desejo.....
Caminhamos lentamente,
Nos envolvemos rapidamente.
Nas doces palavras a certeza,
Na busca a conquista
No grito a alegria
Nos sonhos nada mais é fantasia....
Realidade vivida
Esperança nunca perdida....
Não sei quem é o autor (mas recebi hoje por mail e achei que traduz exactamente o que sinto)